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O Autismo no Brasil


O AUTISMO  e seu impacto nas Famílias  

O Autismo não é uma doença, e sim um transtorno que afeta o desenvolvimento da criança.
E quem somos? Somos pais de crianças autistas que necessitam do apoio institucional do Estado, para que o impacto financeiro e emocional, nas nossas famílias sejam amenizados e que as crianças possam ter um tratamento digno com profissionais adequados e especializados, tanto no campo médico-terapêutico como no educacional.
Passo a discorrer sobre alguns dos sinais característicos que podem identificar se uma criança é autista, como: ela não sorri, não mantém o contato visual, foca em apenas num determinado objeto e não demonstra interesse por outros (hiperfoco), não possuem reflexo apurado (joga-se um objeto em sua direção e não reage, não estende a mão para pegá-lo), prefere ficar sozinho não interage com outras crianças, fica muito ansioso, não responde ao chamado, demora a aprender ou falar (alguns são não-verbais), tapa os ouvidos com medo do barulho (fogos, trovão, sons advindo de microfone...), faz movimentos repetitivos, dificuldade de interpretar pensamentos, sentimentos e intenções.
Há também outros fatores que devem ser levados em consideração, pois os autistas não gostam de mudança, entram em pânico quando um objeto é retirado do lugar, quando a coisa é combinada não acontece e dificuldade de aprender coisas novas.
Bem, como vimos é uma gama de características que devem ser levados em consideração para que seja identificado o Autismo. Há diferenças nos diagnósticos quanto à gravidade do transtorno podendo ser leve, moderado e severo. Certamente muitos casais ficam apreensivos com o diagnóstico do filho como sendo Autista, pois a vida sofre uma reviravolta e começa a correria para saber o que fazer. Pois bem, é um mundo novo e diferente que se descortina, onde temos que lidar com vários tipos de preconceitos, indiferenças, insensibilidades das pessoas e bulliyng.
Começa a jornada da família em busca de profissionais de saúde, terapeutas e também instituição de ensino adequada com inclusão social para início do tratamento e socialização da criança.
O mais importante é não se desesperar, começar a entender e pesquisar sobre o assunto para poder lidar com a nova situação, buscar grupos e pessoas que vivenciam o problema, bem como profissionais da área, para analisar as atividades terapêuticas que estão sendo desenvolvidas, porém é fundamental a família se unir em torno do problema, pois muitos casais se separam porque não aguentam a pressão e muitas das vezes um dos pais se abstém de conhecer e se interessar pelo tema provocando um racha na família. 
Nós pais, acima de tudo, temos uma responsabilidade imensa na criação dos nossos filhos, e essa responsabilidade é intransferível, principalmente no que diz respeito a uma criança autista que precisa ter muito mais cuidados na sua criação.
Entretanto, é muito importante ter o diagnóstico o mais cedo possível, para começar o tratamento de acordo com a necessidade da criança. Ter uma equipe multidisciplinar para atender com mais propriedade e proporcionar um desenvolvimento mais eficaz à criança, para que ela consiga ter autonomia mais cedo possível.
Mas também, podemos citar como consequência do tratamento tardio ou do não-tratamento da criança diagnosticada com Autismo o seguinte: demonstra medo de cenários que se apresenta e ela não conheça, inibição, preguiça ou indiferença, agressividade, depressão, aumento das estereotipias, ansiedade e dificuldade no aprendizado.
Tivemos até agora uma noção das características do autismo, suas consequências e da importância dos tratamentos. Hoje, meu filho está com 13 anos e procuro proporcionar-lhe os mais variados tratamentos, como: psicomotricidade, natação adaptada, circuito adaptado,  fonoaudiologia; já fez também: hidroterapia, equoterapia(terapia com cavalo) e terapia ocupacional; e na área educacional: escola inclusiva com mediadora e reforço escolar em um espaço multidisciplinar. Bem, sei que ele precisa de mais atividades, mas são caras e tem um impacto financeiro muito grande nas despesas da família.
 Mas, sei também que a realidade para a maioria das famílias que tem filhos/parentes autistas não é esta que apresentei, pelo contrário, é de preocupação, pois estas famílias geralmente não têm acesso aos tratamentos adequados, não tem conhecimento do que o filho realmente apresenta, não possuem diagnóstico, e com isso torna-se difícil o seu desenvolvimento, a criança não ganha autonomia e não se integra à sociedade, pois dependem exclusivamente do apoio do Estado para implementar um tratamento eficaz.
As dificuldades são imensas, pois quando se consegue fazer um tratamento, as especialidades são em pontos distintos das cidades, fazendo com que o deslocamento para estas atividades sejam um enorme empecilho, sendo que muitas das vezes os pais se deslocam em condução pública, é por isso que precisamos de Centros de Excelência para realização destes tratamentos espalhados pelas cidades, onde se congrega todas as especialidades facilitando a vida das famílias.
Contudo, depois de muita luta dos pais, em 2012 entrou em vigor a Lei Federal nº 12.764  que instituiu a Política Nacional de Proteção dos Direitos da Pessoa com transtorno do Espectro Autista que foi um marco legal, estabelecendo um amparo para estas pessoas que precisam de tratamento médico-terapêutico e acesso à educação.
Mas, uma Lei que não é aplicada vira letra morta, precisamos que os Estados, Municípios e Instituições cumpram o que está na Lei, é isso que está em jogo, em prol de todas as pessoas que estão no espectro autista e suas famílias.
Ademais, tudo isso é uma lição de vida, nos faz crescer como pessoa, tornamos mais tolerantes, nos livramos do preconceito e cada sorriso, cada evolução o quão pequena que seja, é uma vitória, porque não podemos perder a esperança, e perseverar é preciso.
Essas foram apenas algumas informações a respeito do tema “Autismo”, para que tenham a noção das dificuldades que as famílias têm em obter um tratamento adequado para seus filhos, de conseguir uma escola capaz de acolher com dignidade estas crianças, mas também, saber que apesar de tudo, somos felizes.
“Autismo não é uma sentença de morte e sim uma esperança de vida”
Coronel Costa Fernandes – Exército Brasileiro
#PaideAutista
#BotaFénaMissão

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Como carioca, morador da cidade do Rio de Janeiro, sou Candidato a Deputado Federal. Acredito que com minha experiência pessoal e profissional, conhecimentos e valores éticos, posso contribuir e muito na vida pública para o desenvolvimento do nosso Estado do Rio de Janeiro e por um Brasil melhor. Fui convidado a ingressar na política. Aproveito para deixar registrado que Nunca fui político,Não sou filho e nem parente de político. Minha profissão é Militar, e hoje estando na reserva, aceitei este desafio por que quero lutar pelas minhas causas com determinação, coragem, ética, honestidade e responsabilidade. Carrego comigo os valores morais aprendidos no seio familiar e forjados dentro da instituição de maior confiança dos brasileiros: O Exército Brasileiro. Sou pai de um adolescente AUTISTA e foi motivado por essa situação que resolvi aceitar o DESAFIO de entrar na política, para lutar pelos DIREITOS DOS AUTISTAS. Quero ser a VOZ dos Autistas na Câmara

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Quem é Coronel Costa Fernandes? Sou Vagner da Costa Fernandes,Coronel de Artilharia do Exército Brasileiro,carioca, nascido no dia 25 de outubro de 1966; passei minha infância e juventude em Fragoso bairro da cidade de Magé/RJ. Durante minha carreira militar, servi em várias cidades em todo o Brasil e hoje a minha residência é na cidade do Rio de Janeiro. Sou casado,tenho dois filhos e dois enteados. Sou ativista pelos direitos dos Autistas, uma vez que tenho um filho que está no espectro Autista. Conheço todas as dificuldades que uma família sofre para encontrar atendimento médico, terapêutico e escolar para uma criança/jovem Autista. Iniciei a minha carreira militar em 1985 quando fiz o NPOR no 32° Batalhão de Infantaria na cidade de Petrópolis. Em 1987 ingressei na AMAN (Academia Militar das Agulhas Negras) onde me graduei em Ciências Militares (1990). Em 1998, cursei a Escola de Aperfeiçoamento de Oficiais, onde obtive o título de mestre em Operações Militares.

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