Pular para o conteúdo principal

A Violência no Brasil


Ações de Contenção da Criminalidade no Rio de Janeiro


Décadas de convivência lado a lado com a criminalidade, nos deixaram anestesiados com os índices de violência reportados pelos institutos de pesquisa e pela mídia.
A população brasileira aceitava passivamente esta situação de crescente violência como sendo normal, não se dando conta de que o país vivia em guerra.
Entretanto, todo o país vem sofrendo com descaso e políticas públicas equivocadas e eleitoreiras quando se trata de Segurança Pública e Defesa Nacional.

O Brasil é violentíssimo, é o país com o maior número de cidades entre as 50 áreas urbanas mais violentas do mundo, segundo ranking divulgado pela organização de sociedade civil mexicana Segurança, Justiça e Paz, que faz o levantamento anualmente com base em taxas de homicídios por 100 mil habitantes, o ranking mostra ainda que a América Latina é o continente com o maior número de cidades violentas do mundo: das 50 listadas no ranking, apenas oito não são latino-americanas. Isto é um pequeno resumo da importância do tema, e retrata o que estamos vivendo hoje no Rio de Janeiro – RJ.
Frisando que a cidade de “Queimados, na Baixada Fluminense, é o município brasileiro que teve a maior taxa de mortes violentas em 2016. Foram 134,9 a cada 100 mil habitantes, segundo levantamento publicado pela edição do "Atlas da Violência 2018: políticas públicas e retratos dos municípios".  Ainda no Rio de Janeiro, a cidade de Japeri, também na Baixada Fluminense, aparece em segundo lugar com 95,5 mortes a cada 100 mil habitantes.
Vamos rever algumas das ações promovidas pelos Governos Federal e Estadual no que tange a contenção da criminalidade no Estado do Rio de Janeiro:

- Em 16 de fevereiro de 2018, baseado na Constituição Federal, foi decretado a Intervenção Federal na área da Segurança Pública do Estado do Rio de Janeiro até 31 de dezembro de 2018, com o objetivo de por termo ao grave comprometimento da ordem pública, ou seja, para diminuir progressivamente os índices de criminalidade e fortalecer as instituições de Segurança no Estado;

- Neste decreto, foi nomeado o General de Exército Walter Souza Braga Netto, Comandante Militar do Leste, que ficará subordinado diretamente ao Presidente da República. Digo que poderia ter sido nomeado um civil, mas o Presidente decidiu por um militar;

- Em 21 de fevereiro de 2018, foi criado o Observatório Legislativo da Intervenção Federal na Segurança Pública do ERJ pela Câmara dos Deputados com a finalidade de monitorar as atividades das FFAA e Polícias relativas à Intervenção Federal. Engraçado que nunca tiveram esta preocupação antes, quando o Estado estava vivendo em profunda crise no setor. Mas, vamos em frente!

- Em 23 de fevereiro de 2018, foi instalado o Gabinete de Intervenção Federal dentro do Centro de Comando e Controle, na Cidade Nova, Centro do Rio;

- Em 27 de fevereiro de 2018, foi apresentada a equipe que iria trabalhar diretamente com o Interventor: General de Divisão Richard Fernandez Nunes (Comandante da Escola de Comando e Estado-Maior do Exército) como Secretário de Estado de Segurança Pública; General de Divisão Mauro Sinott Lopes (Comandante da 1ª Divisão de Exército) como Chefe de Gabinete da Intervenção;

- Nesta mesma data, foi criado por meio da MP 821/18, acertadamente, o Ministério Extraordinário da Segurança Pública que vai abrigar as atividades das seguintes Instituições: Polícia Federal; Polícia Rodoviária Federal; Polícia Ferroviária Federal; Departamento Penitenciário Nacional; Conselhos Nacional de Segurança Pública e de Política Criminal; Secretaria Nacional de Segurança Pública; e as Polícias Militar, Civil e do Corpo de Bombeiros do Distrito Federal; e foi nomeado para comandar a pasta o Ex-Ministro da Defesa Raul Jungmann;

- Em 6 de março de 2018, foi anunciado a troca dos Comandos das Polícias Militar e Civil do ERJ, onde foram nomeados o Coronel PM Luis Cláudio Laviano e o Delegado Rivaldo Barbosa, respectivamente. O Corpo de Bombeiros permaneceu sob o Comando do Coronel Roberto Robadey Costa Junior, nomeado em 12 de setembro de 2017;

- Em 27 de março de 2018, o Presidente da República assinou a Medida Provisória 825/18 que destinou 1,2 bilhão de reais para a Intervenção Federal, sendo que o Interventor solicitou 3,1 bilhões de reais para começar a reestruturação das Polícias do Estado;

- Em 28 de março de 2018, o Exército doou 6 (seis) blindados à Secretaria de Segurança Pública do ERJ;

- Em 26 de abril de 2018, foi entregue 147 viaturas tipo patrulha à PMERJ;

- Em 11 de junho de 2018, o Presidente da República sancionou o projeto que cria o Sistema Único de Segurança Pública (SUSP) e a Política Nacional de Segurança Pública e Defesa Social, que tem a finalidade de integrar os órgãos federal, estaduais e municipais de segurança e inteligência, padronizar informações, estatísticas e procedimentos, além de monitorar as ações em andamento, dando origem a Lei 13.675;

- Em 12 de junho de 2018, o Presidente da República também assinou a MP 841/18 que destinou 800 milhões de reais para a pasta da Segurança Pública, recursos advindos das receitas de loterias;

- Em 13 de junho de 2018, O Tribunal de Contas da União (TCU) decidiu, em sessão plenária que seria possível a realização de contratações sem licitações durante intervenção federal em razão de grave comprometimento da ordem pública, desde que cumpridos certos requisitos. A decisão foi tomada em resposta a uma consulta encaminhada pelo interventor federal no Rio de Janeiro, Walter Braga Netto.
Entre os requisitos, o TCU apontou que é preciso demonstrar que há urgência a ponto de impedir que se aguarde a tramitação regular de uma licitação, e que a contratação está restrita à área que motivou a intervenção — no caso do Rio de Janeiro, a crise na segurança pública. Esta decisão viabilizará e facilitará o investimento dos 1,2 bilhão de reais na área, recursos que foram disponibilizados em março de 2018 pelo Governo Federal, que até o momento não haviam sido aplicados, devido à burocracia da Lei 8.666/93 (licitações);

- Ainda em 13 de junho, o Gabinete de Intervenção apresentou o Plano Estratégico da Intervenção com 80 páginas e prevê, dentre outras medidas, a contratação de militares da reserva para atuar nas polícias, a modernização do sistema prisional, a homologação de concursos, além da compra de equipamentos; e

- Em 14 de junho de 2018, o General Mauro Sinott Lopes – Chefe de Gabinete da Intervenção – após a apresentação do Plano Estratégico, deixou o cargo para desempenhar função de Comando no Comando Militar do Sul, o que já estava previsto acontecer.

Diante destas ações de caráter administrativo, podemos notar que não é tão simples assim obter resultados expressivos, num primeiro momento, para baixar os níveis de violência. O sucesso das ações operacionais depende também da eficiência da área administrativa.

Até o momento foram realizadas cerca de 51 operações envolvendo as Forças de Segurança, nas áreas de favelas, nos patrulhamentos de vias, revistas em penitenciárias, inspeções em Batalhões da Polícia Militar e ações comunitárias, sendo que a Polícia Militar recuperou 137 fuzis e a Polícia Civil 46, dentre outras apreensões.

A previsão é que a partir de outubro já comece a ser feita a transição das atividades do Gabinete de Intervenção Federal para a Secretaria de Segurança Pública do ERJ, com envolvimento das Polícias Militar e Civil e Administração Penitenciária, sendo que a desmobilização logística, patrimonial e contábil se dará entre janeiro e junho de 2019.

Bem, em relação ao Brasil, alguns dados revelados pela Secretaria Especial de Assuntos Estratégicos da Presidência da República, indica que os custos econômicos devido a criminalidade no país atingiram, em 2015, cerca de 285 bilhões de reais - 4,35% do PIB - é um verdadeiro caos, com cerca de 54 mil homicídios, e chegamos em 2016 com cerca de 62 mil homicídios e isso atinge todos os Estados da Federação.

Revela, também, que entre 1996 a 2015, devido aos homicídios de jovens na faixa de 13 a 25 anos, houve uma perda da capacidade produtiva do país que superou os 450 bilhões de reais. São fatos muito preocupantes, para um país que deseja dar a volta por cima e assumir uma agenda de desenvolvimento sustentável.

Precisamos conter esta situação, não se pode ter uma solução simplista, mas sim promoção de políticas públicas na área de educação, a criação de empregos, a restauração do sistema penitenciário, a restruturação das Polícias, dentre outras, e estancar a corrupção que mina o futuro das pessoas.

Podemos concluir que a falta de políticas públicas eficientes no setor da Segurança Pública causa uma retração na produção industrial, e uma recessão em todos os setores da economia e o pior são as perdas de vidas humanas preciosas.

 Coronel do Exército Costa Fernandes

#BotaFénaMissão


Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Propostas e Bandeiras de Luta

Como carioca, morador da cidade do Rio de Janeiro, sou Candidato a Deputado Federal. Acredito que com minha experiência pessoal e profissional, conhecimentos e valores éticos, posso contribuir e muito na vida pública para o desenvolvimento do nosso Estado do Rio de Janeiro e por um Brasil melhor. Fui convidado a ingressar na política. Aproveito para deixar registrado que Nunca fui político,Não sou filho e nem parente de político. Minha profissão é Militar, e hoje estando na reserva, aceitei este desafio por que quero lutar pelas minhas causas com determinação, coragem, ética, honestidade e responsabilidade. Carrego comigo os valores morais aprendidos no seio familiar e forjados dentro da instituição de maior confiança dos brasileiros: O Exército Brasileiro. Sou pai de um adolescente AUTISTA e foi motivado por essa situação que resolvi aceitar o DESAFIO de entrar na política, para lutar pelos DIREITOS DOS AUTISTAS. Quero ser a VOZ dos Autistas na Câmara

Minha Missão

Quem é Coronel Costa Fernandes? Sou Vagner da Costa Fernandes,Coronel de Artilharia do Exército Brasileiro,carioca, nascido no dia 25 de outubro de 1966; passei minha infância e juventude em Fragoso bairro da cidade de Magé/RJ. Durante minha carreira militar, servi em várias cidades em todo o Brasil e hoje a minha residência é na cidade do Rio de Janeiro. Sou casado,tenho dois filhos e dois enteados. Sou ativista pelos direitos dos Autistas, uma vez que tenho um filho que está no espectro Autista. Conheço todas as dificuldades que uma família sofre para encontrar atendimento médico, terapêutico e escolar para uma criança/jovem Autista. Iniciei a minha carreira militar em 1985 quando fiz o NPOR no 32° Batalhão de Infantaria na cidade de Petrópolis. Em 1987 ingressei na AMAN (Academia Militar das Agulhas Negras) onde me graduei em Ciências Militares (1990). Em 1998, cursei a Escola de Aperfeiçoamento de Oficiais, onde obtive o título de mestre em Operações Militares.

A Importância do Censo Demográfico para o Brasil

  O Censo começou a ser realizado em 1872, mas com a criação do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em 1936, o órgão assumiu esta responsabilidade de realizar estes levantamentos estatísticos, que o faz com maestria. O Censo é realizado a cada 10 anos sendo que o último foi em 2010, e revela uma radiografia do país em diversas áreas onde se levanta vários dados estatísticos importantes que serve de base aos governantes para planejar Políticas Públicas e informar a população de como a Sociedade se modificou neste período. O Próximo Censo deveria ter sido feito em 2020, mas com o advento da Pandemia e a falta de recursos o IBGE não conseguiu se organizar para realizar o levantamento destes dados estatísticos transferindo para 2021, que também não foi realizado e esperamos que seja feito agora em 2022. A atualização dos dados a cada década é de suma importância para traçar metas e diretrizes a serem cumpridas por governos baseado em informações atuais que certam